Deixa-me só que no meu medo
Há loucuras que mantêm quente.
Relaxo e vou esquecendo
Aquilo que os dias deixaram em
mim.
Sinto a carícia do beijo que
passou,
A memória esquecida do que já
não é.
Sorrio e olho para fora,
Para fora de mim,
Já olhei vezes de mais para
dentro e não gosto.
Ainda oiço o eco dos teus
gritos,
São eles que me embalam no sono,
Às vezes junto-lhes os meus
E partilhamos assim, sem que
saibas, a dor.
Mas não há dor quando penso em
ti,
Há um sorriso.
Um sorriso que era só teu,
Um sorriso que agora é meu e eu
não o quero.
Há sonhos e vontade,
Há vida e medo do que vem.
Mas o medo nada impede,
Só avisa,
E eu sei ouvi-lo.
E sei ver no espelho o que quero
de mim,
Só tenho pena de ainda não o
ser.
Caminho para lá, caminhamos
todos,
O percurso e o destino podem ser
diferentes
Mas o medo? O medo é
transversal.
E porque amanhã sei que tenho de
me levantar e dar mais de mim,
Hoje fico aqui, a lembrar para
me tentar esquecer.
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