quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Deixa-me só que no meu medo
Há loucuras que mantêm quente.
Relaxo e vou esquecendo
Aquilo que os dias deixaram em mim.
Sinto a carícia do beijo que passou,
A memória esquecida do que já não é.
Sorrio e olho para fora,
Para fora de mim,
Já olhei vezes de mais para dentro e não gosto.
Ainda oiço o eco dos teus gritos,
São eles que me embalam no sono,
Às vezes junto-lhes os meus
E partilhamos assim, sem que saibas, a dor.
Mas não há dor quando penso em ti,
Há um sorriso.
Um sorriso que era só teu,
Um sorriso que agora é meu e eu não o quero.
Há sonhos e vontade,
Há vida e medo do que vem.
Mas o medo nada impede,
Só avisa,
E eu sei ouvi-lo.
E sei ver no espelho o que quero de mim,
Só tenho pena de ainda não o ser.
Caminho para lá, caminhamos todos,
O percurso e o destino podem ser diferentes
Mas o medo? O medo é transversal.
E porque amanhã sei que tenho de me levantar e dar mais de mim,

Hoje fico aqui, a lembrar para me tentar esquecer.

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