Ainda consigo fechar os olhos e
imaginar a textura do teu cabelo debaixo dos meus dedos. Consigo-me lembrar de
como, timidamente, arranjava motivos para te segurar as mãos ou prolongar um
toque.
Lembro-me de como as
nossas pernas se encaixaram e do quão difícil foi para mim deixar-te sair do
conforto da nossa colcha. Lembro-me do teu calor, do teu cheiro, da tua
presença. Lembro-me de querer envolver-te com os braços mas ter medo que isso
só te afastasse mais. Lembro-me de te querer beijar e pensar “este não é o
momento certo, estás a imaginar coisas”. Lembro-me de te mostrar mil músicas na
esperança que na letra de uma conseguisses ler aquilo que te queria dizer.
Lembro-me do teu sorriso e derreto. Adoro-te. Adoro-o. É lindo. Absurdamente
lindo. E absurda também é a falta que me fazes aqui. Mal consigo esperar por te
ter nos meus braços e matar a saudade com a raiva de quem não te teve por tanto
tempo. Mas espero, claro, por ti e pelo teu corpo, pelo teu sorriso e o teu
riso, por ti… porque me deixas sem palavras quando penso em ti. Porque fico com
um sorriso parvo a pensar em ti. Porque acordo todas as noites à espera que
estejas ao meu lado e o que encontro é a saudade. Porque te digo até já porque
não posso dizer mais. E se pudesse talvez não dissesse porque os meus lábios
também têm saudades dos teus.
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